Teria realmente praticado o crime? Teria sido ele, ou apenas sonhara aquilo?
Em breve descobriria a verdade. Fosse qual fosse, teria que estar preparado para a realidade.
Vestiu-se apressadamente. Penteou-se e saiu a rua.
O trânsito lhe assustou. Resolveu que iria a pé para o escritório. Parou na padaria da esquina, como fazia todos os dias, e pediu um cafezinho. Tomou vagarosamente, sorvendo, gole a gole, a bebida quente e despertadora. Pagou, comprou um maço de cigarros e, acendendo o primeiro do dia, pisou novamente a calçada disposto a empreender marcha até o trabalho... Duas quadras de onde estava.
Na lateral da banca de revistas, os jornais do dia estampavam suas manchetes.
-“Bizarro assassinato”; - “Assassino planta mulheres na praça”; - “Polícia procura jardineiro macabro”.
Passou ao largo, meio temeroso que o simples parar, o denunciasse.
Entrou apressado no prédio. Não esperou o elevador e praticamente correu escada acima os três andares até seu escritório.
-“Vellas e Gonçalves – Advogados”,- A placa indicativa lhe pareceu agressiva.
-“Bom dia Dr. Giuliano” – Praticamente gritou-lhe a espevitada secretária. Ardida- Pensou sozinho... Daria um chorão... Comprido, fino e ardido na beira do lago... E imaginou a secretária cabeça pra baixo metida... Não na terra nua e seca, mas num quase brejo.. Beira dágua. Riu-se intimamente. – “Bom dia” – respondeu solícito e gentil.
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