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sábado, 17 de janeiro de 2009

Americanos questionam os EUA: "Não se faz paz indo à guerra"


Antes de começar, quero agradecer a oportunidade de ter aceito um convite de colaboradora de um grande mestre, amigo,companheiro JOAQUIM CALDAS COELHO(MINEIRINHO) para escrever no seu BLO
Numa dessas peças do destino, a 10 dias não mais está encarnado conosco mas que de onde estiver , certamente está empenhado na luta para vencer mais essa batalha.

E porque JUNTOS SOMOS FORTES, estarei aqui sempre que possivel e assim , com ele participar da luta.

Então: JOAQUIM CALDAS COELHO, PRESENTE!

Um forte abraço

Fernanda Tardin


Como o presidente eleito Barack Obama (na foto, em visita ao AIPAC, o lobby de Israel) vai receber, com a herança desastrosa de George W. Bush, déficit orçamentário acima de US$1,3 trilhão, e como seu pacote de estímulo maciço à economia eleva-se a quase US$ 800 bilhões (para criar empregos e tirar o pais da recessão), supõe-se que gastos perdulários no atual quadro de dificuldades do país terão de ser revistos - ou repensados.

Nesse caso, pode ter chegado a hora de, digamos, pensar o impensável - e reexaminar a generosidade insólita (ou leviana) com que, nos últimos 60 anos, transferiu-se à responsabilidade do contribuinte americano o ônus de sustentar o estado de Israel e sua devastadora máquina de guerra. Dados conservadores da Washington Report On Middle East Affairs (WRMEA - saiba mais sobre ela AQUI) sobre o período 1949-1997 são assustadores.

É a seguinte a lista dos benefícios em ajuda recebidos por Israel: em concessões e empréstimos, US$74,1 bilhões; outras, US$9,05 bi; juros para Israel de pagamentos adiantados, US$1,65 bi. Total: US$84,9 bi (US$14,6 mil por israelense). E eis aqui o custo para o contribuinte: Grande Total, US$84,9 bi; custo para os americanos dos juros, US$49,9 bi (custo de cada israelense para o contribuinte nos EUA: US$23,2 mil). (Confira os números AQUI)

Não se faz paz indo à guerra

Fiquei intrigado e saí à procura desses dados depois de ler o comentário de um leitor à última coluna (“Why Israel Fights”) do neoconservador bushista Bill Kristol no New York Times (leia a coluna AQUI e a reação dos leitores AQUI). Na sua carta (na verdade, email) o leitor acha absurdo Israel ser na prática subsidiado com dinheiro do contribuinte em percentagem desproporcional do programa de ajuda externa. Até porque Israel é um aliado estranho, que usa seus agentes para espionar os EUA.

“Por que rotulamos de ‘terrorista’ a resistência palestina a uma ocupação opressiva, ao mesmo tempo em que perdoamos os abusos de Israel?” - pergunta. “Afinal, aqueles que alguns rotulam de ‘terroristas’, outros consideram ‘combatentes da liberdade’. E a melhor maneira de melhorar a situação no Oriente Médio e nossa própria segurança nacional é ficarmos neutros entre os dois lados, nunca dar apoio automático a Israel”.

O que escreveu aquele leitor (Patrick, da cidade novaiorquina de Ithaca), é sensato. Daí seu email ter ficado entre os cinco selecionados pelos editores e recebido o voto de 371 leitores (até a hora de meu acesso). A edição online do Times faz isso: publica todas as cartas, faz sua própria seleção (dos editores) e mostra as mais votadas pelos próprios leitores. É transparência imposta pela nova mídia, a que me referi no último post.

Dois comentários de leitores na seleção dos editores entre os mais votados foram de Jeannie (603 votos), da cidade de Nova York, e Dan B. (398), de Washington. “Não importa como você separe as coisas, não importa as maneiras usadas para justificar e explicar as ‘virtudes’ ou a aparente necessidade, a guerra é a rota fácil e estreita. Mas para ter paz, é preciso buscar a paz. Não se tem paz indo à guerra”, escreveu Jeannie.

As inúteis vitórias militares

“Se os EUA tivessem apoiado lideres moderados e ajudassem a estabelecer a paz, a dar moradia a pessoas, a alimentá-las e vesti-las, garantindo direitos humanos e educação para as crianças, muita violência seria evitada. Ódio pode ser ensinado mas em toda parte as pessoas querem a mesma coisa: atendidas as necessidades básicas do dia a dia, liberdade, dignidade e educação, os problemas são superados”.E se agora Israel tiver sucesso e “ganhar”, o que vai acontecer? - perguntou Jeannie. “Vai ser melhor de alguma forma, ou simplesmente voltará tudo para outro, e depois mais outro status quo de animosidade mútua e ódio entre árabes e judeus, até que se chegue a mais uma guerra?”

Para Dan, “vitórias militares não favorecem a longo prazo os interesses de Israel. O povo palestino paga pelas ações de uma minoria. Gaza, até no cessar-fogo, estava sob sitio econômico. Mas Israel, como nação-estado, não paga pelas políticas oficiais, de governo, que levam à morte de civis”.

Dan conclamou seus amigos que gritam “Israel quer paz, o Hamas quer guerra” a pensar se aceitariam a situação dos palestinos, muitos cercados e além da muralha israelense, muitos mais sob ocupação desde 1948. “É fácil querer paz quando se tem tudo menos segurança. Aos palestinos falta, no dia a dia, muito mais que segurança, ainda que neste momento esta esteja em primeiro plano”.

Por trás de tudo, o lobby de Israel
São emails moderados, daí a escolha dos editores. No preferido pelos leitores (748 votos), o conservador Thomas (de Nova York) revolta-se por terem os americanos de pagar mais impostos para dar “apoio cego e incondicional a Israel”, que “não é uma democracia liberal e sim um apartheid religioso - democracia para os judeus mas não para os palestinos ali nascidos, hoje controlados militarmente e economicamente”.
Minha conclusão é de que a opção do apoio a Israel, adotada pelos governantes do país desde Harry Truman, resulta menos da tendência geral da população do que do trabalho liderado pelo milionário lobby israelense - o American Israel Public Affairs Committee (AIPAC - saiba mais sobre ele AQUI e veja acima a capa do livro que devassou toda a operação lobista, The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy). De quatro em quatro anos todo candidato presidencial submete-se no AIPAC a ritual de purificação e declara seu apoio formal a Israel.

Quem ousa depois rever a posição - caso de Jimmy Carter, cujo livro Palestine: Peace Not Apartheid (capa acima) foi recebido em Israel com indignação - passa a ser rotulado publicamente como anti-semita. Mas Steven J. Rosen (foto ao lado), que em 23 anos transformou o AIPAC no que é hoje, uma organização dedicada a corromper políticos para servir aos interesses de Israel, está indiciado na justiça por espionagem, junto com Keith Weissman, outro operador lobista. E a testemunha é Larry Franklin, aliciado no Pentágono para espionar.

Rosen, afastado do AIPAC em 2005 para defender-se da acusação de espionagem, não perde a pose. Agora criou o blog “Obama Mideast Monitor” (veja-o AQUI) para monitorar nomeações do presidente eleito. Ali já vetou John Brennan, encarado por muita gente como a melhor opção para diretor da CIA (como Israel o acha contrário à guerra com o Irã, o cargo vai para Leon Panetta) e tenta emplacar o general James Jones para assessor de Segurança Nacional, por ser “amigo de Israel”.




Copiado do Blog: http://argemiroferreira.wordpress.com/2009/01/08/a-paixao-perdularia-dos-eua-por-israel/

sábado, 27 de dezembro de 2008

Feliz Natal FREI BETTO



Feliz Natal

FREI BETTO


Feliz Natal a todos que pulam corda com a linha do horizonte e riem à sobeja dos que apregoam o fim da história



FELIZ NATAL aos infelizes cativos do desapreço ao próximo, da irremediável preguiça de amar, do zelo excessivo ao próprio ego. E aos semeadores de alvíssaras, aos glutões de premissas estéticas, aos fervorosos discípulos da ética.
Feliz Natal ao Brasil dos deserdados, às mulheres naufragadas em lágrimas, aos escravos do infortúnio condenados à morte precoce. E aos premiados pela loteria biológica, aos desmaquiadores de ilusões, aos inconsoláveis peregrinos da vicissitude.
Feliz Natal aos órfãos do mercado financeiro, pilotos de vôos sem asas e sem chão, fiéis devotos da onipotência do mercado, agora encerrados no impiedoso desabrigo de suas fortunas arruinadas. E também aos lavradores da insensatez espelhada na linguagem transmutada em arte.
Feliz Natal às lagartas temerosas de abandonar casulos, ao desborboletear de insignificâncias cultivadoras de ódios, aos exilados na irracionalidade do despautério consensual. E aos dessedentados na saciedade do infinito, no silêncio inefável, nas paixões condensadas em prestativa amorosidade.
Feliz Natal a quem escapa dos indomáveis pressupostos da lógica consumista, dessufoca-se em celebrações imantadas de deidade, livre do desconforto da troca compulsória de presentes prenhes de ausências. E aos hospedeiros de prenúncios do leque infinito de possibilidades da vida.
Feliz Natal a quem não planta corvos nas janelas da alma, nem embebe o coração de cicuta, e coleciona no espírito aquarelas do arco-íris. E a quem trafega pelas vias interiores e não teme as curvas abissais da oração.
Feliz Natal aos devotos do silêncio recostados em leitos de hortênsias a bordar, com os delicados fios dos sentimentos, alfombras de ternura. E a quem arranca das cordas da dor melódicas esperanças.
Feliz Natal aos que trazem às costas aljavas repletas de relâmpagos, aspiram o perfume da rosa-dos-ventos e carregam no peito a saudade do futuro. Também a quem mergulha todas as manhãs nas fontes da verdade e, no labirinto da vida, identifica a porta que os sentidos não vêem e a razão não alcança.
Feliz Natal aos dançarinos embalados pelos próprios sonhos, ourives sapienciais das artimanhas do desejo. E a quem ignora o alfabeto da vingança e não pisa na armadilha do desamor.
Feliz Natal a quem acorda todas as manhãs a criança adormecida em si e, moleque, sai pelas esquinas a quebrar convenções que só obrigam a quem carece de convicções. E aos artífices da alegria que, no calor da dúvida, dão linha à manivela da fé.
Feliz Natal a quem recolhe cacos de mágoas pelas ruas para atirá-los no lixo do olvido e se guarda no recanto da sobriedade. E a quem se resguarda em câmaras secretas para reaprender a gostar de si e, diante do espelho, descobre-se belo na face do próximo.
Feliz Natal a todos que pulam corda com a linha do horizonte e riem à sobeja dos que apregoam o fim da história. E aos que suprimem a letra erre do verbo armar.
Feliz Natal aos poetas sem poemas, aos músicos sem melodias, aos pintores sem cores, aos escritores sem palavras. E a quem jamais encontrou a pessoa a quem declarar todo o amor que o fecunda em gravidez inefável.
Feliz Natal a quem, no leito de núpcias, promove despudorada liturgia eucarística, transubstancia o corpo em copo, inunda-se do vinho embriagador da perda de si no outro. E a quem corrige o equívoco do poeta e sabe que o amor não é eterno enquanto dura, mas dura enquanto é terno. Feliz Natal aos que repartem Deus em fatias de pão, bordam toalhas de cumplicidades, secam lágrimas no consolo da fé, criam hipocampos em aquários de mistério.
Feliz Natal a quem se embebeda de chocolate na esbórnia pascal da lucidez crítica e não receia se pronunciar onde a mentira costura bocas e enjaula consciências. E a quem voa inebriado pelo eco de profundas nostalgias e decifra enigmas sem revelar inconfidências; nu, abraça epifanias sob cachoeiras de magnólias.
Feliz Natal a todos que dão ouvidos à sinfonia cósmica e, nos salões da Via Láctea, bailam com os astros ao ritmo de siderais incertezas. Queira Deus que renasçam com o menino que se aconchega em corações desenhados na forma de presépios.


CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO , o Frei Betto, 64, frade dominicano e escritor, é autor de "A arte de semear estrelas" (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004).

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Desejos de Natal e Ano Novo

Este ano decidi que não vou desejar Feliz Natal e Próspero Ano Novo a ninguém.

É todo ano a mesma ladainha – Feliz natal... Eu te desejo tudo de melhor – mas no fundo no fundo, ninguém faz absolutamente nada para que estes “desejos” virem realidade.

Este ano decidi que vou fazer um Natal mais Feliz – e vou começar por mim. Eu estarei mais feliz, mais contente comigo, com aqueles que amo e até com aqueles a quem repudio. Vou ter um Próspero ano novo e portanto, todos os que me cercam também terão um ano novo mais próspero e, comigo e com os meus, em progressão geométrica, todos terão um ano novo mais próspero.

Este ano decidi não desejar saúde pra ninguém... Mas lutar por ela a cada novo segundo. Vou batalhar por mais educação, mais desenvolvimento, mais distribuição de renda e com isto espalhar solidariedade.

Este ano decidi que já é hora de desejar um mundo melhor ... Para nossos filhos e netos.

Cansei... Cansei de ser da geração que iria mudar o mundo. Cansei de bradar por paz e amor... Mas contrariar em cada ato meus desejos.

Este ano – Vou desejar menos e fazer mais.

É isto que eu realmente desejo e vou fazer e espero, todos vocês me ajudem a realizar.

Não houve grampo contra Mendes, diz Protógenes

Não houve grampo contra Mendes, diz Protógenes

FAUSTO MACEDO

O delegado Protógenes Queiroz, criador da Operação Satiagraha, disse que é "uma farsa" o grampo do qual teriam sido vítimas o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). "Não houve grampo", disse o delegado, na segunda-feira à noite, no programa Roda Viva, da TV Cultura. "É um escândalo fabricado sem precedentes na história do País envolvendo duas pessoas importantes da República."

Protógenes supõe que a divulgação de conversa entre o ministro e o senador tinha o objetivo de "abafar, desviar o foco do banqueiro bandido Daniel Dantas". O grampo foi tornado público cerca de um mês depois da prisão de Dantas, em 8 de julho. "Esse áudio nunca apareceu. Fica difícil afirmar que houve interceptação sob ponto de vista legal ou ilegal. Não digo que o senador e o ministro participaram do teatro, mas órgãos de imprensa fabricaram." Ele repetiu que não será candidato a cargo político. "Sou candidato a carcereiro do banqueiro bandido."

Pau de Rodapé

O Brasil merecia coisa melhor. Gilmar Mendes vai entrar para história como o presidente mais parcial que o STF já teve. FHC devia se envergonhar de te-lo nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal - sem outros méritos - apenas por ser tucano.

Gilmar Mendes, o anti-magistrado!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Há mais pessimismo que fatos na crise brasileira, diz presidente da Deloitte


Há mais pessimismo que fatos na crise brasileira, diz presidente da Deloitte

Juarez Lopes de Araújo: previsão de crescimento mantida, por enquanto
A versão brasileira da crise financeira mundial consiste de "mais pessimismo que fatos", na opinião de Juarez Lopes de Araújo, presidente da firma de auditoria e consultoria Deloitte, uma das chamadas quatro grandes do setor no mundo.
Valor Econômico - Para o executivo, o Brasil vai sair da crise comparativamente melhor do que entrou e deve se tornar pela primeira vez um ator de peso no cenário mundial. "O interesse pelo país nunca foi tão grande", disse ontem em um encontro com jornalistas. Em agosto, quando assumiu o comando da Deloitte no país, Araújo tinha um "discurso de posse" bastante otimista, que poderia ser interpretado como o habitual para a ocasião. Desde então, a situação mundial só fez deteriorar, mas Araújo continua animado com as perspectivas de crescimento do país. "É a pior crise já vista, não há dúvida, mas no Brasil ela será mais branda do que em outros países."

No entanto, o executivo admite que, em meio as manchetes dos últimos meses, o ambiente não está muito propício para sua pregação. Em toda conversa com clientes, o primeiro assunto é sempre a crise. "Até minha filha de 12 anos já disse que não agüenta mais esse assunto."

No contato freqüente com executivos de companhias de diversos setores, Araújo percebe muita incerteza sobre os efeitos da crise no Brasil, qual o grau de contaminação. Isso acaba, obviamente, levando a uma relutância na tomada de decisões, mesmo em empresas que não tiveram quaisquer problemas na vida real.

"Os executivos estão sob pressão", afirma. "É difícil justificar um investimento num momento como este, principalmente se for uma multinacional." Ainda assim, Araújo diz que a Deloitte não teve nenhum de seus projetos cancelado, apenas dois que foram adiados. Segundo ele, as decisões, de forma geral, estão sendo jogadas para março, quando as empresas esperam ter uma visão mais clara da situação.
É preciso um pouco maios do que admitir que "há mais pessimismo que fatos na crise brasileira". Na verdade não há uma crise brasileira, além dos inevitáveis reflexos da crise financeira internacional no país. Como um país integrado no mercado global, sente a falta de crédito externo e o desarranjo cambial. Mas nada disso é tão perigoso quanto o pânico.

A falta de crédito externo é grave, mas o Brasil tem instrumentos, para, no curto e médio prazo, irrigar o sistema. Nossos bancos privados não estão quebrando, temos bancos estatais fortalecidos, uma penca de Reais acumulados em compulsórios e reservas bastante confortáveis. Reparem que mesmo depois de 3 meses do agravamento da crise financeira internacional nossos reservas estão praticamente no mesmo nível, em torno de US$ 207 bilhões. E o governo tem agido de forma correta.

No lado cambial, sofremos mais pelo movimento brusco, a desvalorização abrupta do Real, do que com os níveis atuais. Os atores econômicos, mesmo reclamando do Real sobrevalorizado, se adaptaram a ele. Importadores e exportadores montaram seus negócios, formaram seus contratos num ambiente que foi radicalmente transformado. Esse novo ambiente é pior do que o anterior? Acho que não, mas não há como evitar os efeitos dessa volatilidade. A gente não sabe exatamente onde o dólar vai parar no rescaldo dessa crise, mas certamente irá ao encontro da reivindicação do setor produtivo, que enfrentava sérias dificuldades para concorrer com os produtos importados.

Pior do que o dólar a R$ 1,56 ou R$ 2,50 é a volatilidade. E é sobre ela que tenta agir o Banco Central. Boa parte dos efeitos negativos do novo câmbio tende a ser passageiro.

No seu artigo "Vícios e virtudes da política cambial", Antonio Corrêa de Lacerda comenta:
[...] Assim, considerando-se custos e benefícios a questão mais determinante foi mesmo a excessiva valorização do real ocorrida nos três anos anteriores. O que está havendo agora é uma correção. Não valeria então a pena tentar reverter a desvalorização atual cometendo um outro erro de queimar desnecessariamente as reservas.

Isso, no entanto, não quer dizer que não há o que fazer, não apenas no aperfeiçoamento da política cambial, mas também no âmbito da política monetária, que tem grande influência no mercado, em uma acepção mais ampla. Nesse sentido, reduzir as taxas básicas de juros (Selic), estimular a diminuição dos spreads dos bancos comerciais, fomentar a liquidez e induzir a fluidez do crédito e financiamento seriam fatores muito importantes diante do quadro atual.
O Brasil foi o único dos Brics cujo PIB acelerou do segundo para o terceiro trimestre de 2008, comparando com o mesmo período do ano anterior. A taxa de crescimento da economia brasileira, em 12 meses, saltou de 6,2% entre abril e junho para 6,8% de julho a setembro. A China viu seu PIB recuar de 10,1% para 9%, no primeiro resultado abaixo de dois dígitos em cinco anos. A Índia desacelerou de 7,9% para 7,6%, e a Rússia saiu de 7,5% para 6,2%.

Para o professor de economia internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Evaldo Alves, isto se deve a dois fatores. Um deles é diversificação dos parceiros comerciais brasileiros. "Pusemos os ovos em diversas cestas. Aumentamos o comércio com a China, o Oriente Médio e a América Latina".

Isso não quer dizer que está tudo lindo e maravilhoso, mas de fato nossas vantagens comparativas não deveriam alimentar o pessimismo, diminuindo a confiança dos consumidores e investidores. Nossos fundamentos são sólidos e mais do que nunca o mundo vai precisa de nossa capacidade produtiva. O Brasil será cada vez mais a bola da vez.

Para o presidente Lula, "a mídia realiza propaganda sistematizada em favor da crise". Será que estamos preparados para questionar o papel desempenhado pelos formadores de opinião nesses momentos?

domingo, 21 de dezembro de 2008

"Veja" pode ter cometido crime contra o Estado

"Veja" pode ter cometido crime contra o Estado
O guardião de Dantas
Os trechos de grampos até agora divulgados pela Satiagraha mostram jornalistas conversando com Dantas. Como o caso da Janaína Leite, dizendo a Dantas que "acabei com Nassif". E Dantas mostrando preocupação pelo fato de Diogo Mainardi ter desembestado e aberto a guarda.

- por Luis Nassif (http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/)

A revista [Veja] abriga uma falsificação - o grampo por escrito. Não dá uma linha sobre o fim do inquérito da Polícia Federal, que reforçou as suspeitas de que o grampo foi inventado.

Com isso, torna-se suspeita de crime contra o Estado. Na hipótese benigna, por ter acreditado em uma armação. Na hipótese robusta, por ter montado a armação.

O mesmo se aplica ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes que, no mínimo, pode ser acusado de ter incorrido em pré-julgamento para gerar uma crise institucional. Em país sério, seria afastado do cargo por seus pares.

Os trechos de grampos até agora divulgados pela Satiagraha mostram jornalistas conversando com Dantas. Como o caso da Janaína Leite, dizendo a Dantas que "acabei com Nassif".

E Dantas mostrando preocupação pelo fato de Diogo Mainardi ter desembestado e aberto a guarda - provavelmente quando perdeu o rumo no episódio do Relatório Italiano e acabou divulgando o PDF e se desmacarando.

A revista não esclarece se os jornalistas gravados foram flagrados em atividade legal. Suspeita-se que não.

Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Mídia Tags relacionadas: , , ,

EDUARDO GUIMARÃES: TESTEMUNHA DE UM CRIME

EDUARDO GUIMARÃES: TESTEMUNHA DE UM CRIME

Atualizado em 17 de dezembro de 2008 às 16:14 | Publicado em 17 de dezembro de 2008 às 14:33

por Eduardo Guimarães

Vocês viram, não é? Mesmo depois de as pesquisas Datafolha, Sensus e Ibope mostrarem insucesso da mídia em convencer a população de que sua vida irá piorar dramaticamente por conta da crise internacional, a campanha de tevês, rádios, jornais e grandes portais de internet de venda da chegada da ruína econômica do país continua na mesma toada ou até mais intensa.

A cada indicador que mostra alguma mera desaceleração do ritmo de atividade de nossa economia, ritmo que já era considerado insustentável por economistas de todas as tendências, a mídia trata essas reduções de indicadores como "prova" cabal de que ela está certa ao pregar a chegada do desastre e de que o governo Lula está errado ao pregar o contrário.

Nas ruas de comércio e nos shoppings, porém, falar de crise não é apenas proibido, é ridículo. Ontem, minha mulher foi pagar uma conta perto de uma das ruas de comércio mais significativas do país, a rua 25 de março, em São Paulo, e se espantou não apenas com a massa humana que se espremia nas lojas para comprar e pagar, mas com a própria dificuldade que encontrou na rua para se locomover devido às centenas de milhares que ali se espremiam para consumir de tudo e mais um pouco.

Segundo a mídia, a opinião majoritária em todas as classes sociais, em todas as faixas etárias, em todos os níveis de escolaridade e em todas as regiões do país de que estamos resistindo muito bem à crise, melhor do que qualquer outro país, conforme diz Lula, é produto de auto-engano da população, que, sempre segundo a mídia, não quer enxergar o desastre iminente, e produto, também, de mentiras do governo, que estaria induzindo as pessoas a manterem essa "ilusão".

Claro está que há uma fé meio cega da mídia no desastre. Essa fé deriva de economistas ligados ao PSDB e ao PFL e que têm grande trânsito junto aos meios de comunicação. Eles se acham mais bem informados do que os técnicos do governo que fundamentam o discurso de Lula, ainda que alguns tarados acreditem que ele diz o que diz sobre a crise sem ter base em nada, apenas calcado nos próprios desejos e na ignorância da qual a elite acredita que o presidente sofre.

A sucessão de números da economia que desautorizam a afirmação de que a crise terá efeitos maiores no Brasil, segundo a mídia, não significaria nada, pois a crise teria chegado "agora" e, portanto, os números que têm sido divulgados seriam produto do momento pré-crise, há dois meses e pouco. Esse discurso ignora, no entanto, que, mantido esse discurso, o único país do mundo em que a crise chegou tão atrasada teria sido o Brasil, porque em todos os outros países de porte igual ou parecido a crise já chegou faz tempo.

É possível perceber a teoria que a mídia vendeu a uma pequena parcela dos brasileiros que, a despeito dos fatos do mundo ao seu redor, continua pregando a chegada do apocalipse econômico. No último domingo, participei da festa de despedida de minha filha que irá estudar na Austrália. Ali, comecei a conversar sobre a crise e sobre o governo Lula com pessoas da classe média paulistana, talvez a classe social mais refratária ao governo.

O discurso dessas pessoas diante da questão da crise envergonharia a mídia. O discurso do conservador paulistano de classe média é de desqualificar estatísticas de todo tipo, desde a popularidade de Lula até a medição do PIB. Todas as estatísticas seriam forjadas em prol do governo "comunista" que teria o país. Essas pessoas acreditam nos boatos que recitam entre elas como se fossem fatos amplamente conhecidos e inegáveis. Lula é popular em 70%? Ah, eles nunca foram pesquisados por nenhum instituto e, portanto, dizem que a pesquisa é falsa e pronto. Assim não têm que refletir por que a popularidade do presidente é tão alta.

O racismo também está em alta entre a classe média paulistana, a exemplo do que acontece na classe alta. Cheguei a ouvir de duas pessoas da minha idade e do meu bairro que elas se consideram racistas, sim. E "com orgulho".

Foi-me doloroso ouvir o que ouvi. Confrontadas com a afirmação que lhes fiz no âmbito de uma discussão da política de cotas para negros nas universidades, com a afirmação de que, num futuro próximo, veremos médicos e dentistas negros também em São Paulo, onde não existem esses tipos de profissionais com pele escura, aquelas pessoas afirmaram, sem hesitação ou vergonha, que jamais se submeteriam a um médico ou a um dentista negros.

É chocante o nível de reacionarismo que persiste nas camadas mais altas da sociedade. Preconceitos que eu pensava enterrados afloraram com toda força a partir do governo Lula. A impressão que tenho é a de que tanto preconceito sempre ficou submerso por não haver "necessidade" de externá-lo, já que, neste país, estava tudo dominado. Mas a partir da reviravolta social promovida por este governo, a elite branca voltou a mostrar suas garras.

A aposta da direita brasileira no potencial da crise para lhe conceder um passaporte de volta ao poder continua forte e, até certo ponto, parece justificada, pois o mundo piora a cada dia. Apesar de, aqui no Brasil, os indicadores mostrarem uma marolinha, com poucas dispensas de trabalhadores - e absolutamente localizadas - e dados sobre atividade econômica que não revelam nenhuma queda considerável, o mundo, por sua vez, mergulha em um abismo do qual ainda não se vê o fundo.

Essa hipótese de o Brasil, sendo governado por alguém como Lula - um ex-operário e retirante nordestino -, ficar imune a uma crise que pegou o mundo inteiro de jeito é inaceitável para a elite branca paulista-paulistana, para os conservadores de direita do quartel-general do atraso social no país (São Paulo), para aqueles que pregam o racismo em pleno século XXI, para essas pessoas que qualquer um que reside num bairro "nobre" da capital paulista conhece às pencas.

Os conservadores paulistas são piores do que os gaúchos, do que os catarinenses ou do que os cariocas. Na verdade, o dinheiro da nação está aqui em São Paulo. É aqui que se encastela a quase totalidade dos bilionários brasileiros, que são os que mandam - ou que pensam que ainda mandam - no país, aqueles que estão - ou que estavam? - acima das leis e das convenções todas da sociedade, sendo-lhes permitido até delinqüir, matar, roubar, estuprar, enfim, fazer qualquer coisa sem medo de responder por tais crimes.

Sinceramente, dá medo. Eu até estava meio inseguro quanto à possibilidade de a mídia e a oposição quererem que o país afunde na crise para terem mais chance de eleger José Serra presidente em 2010, mas depois que, numa conversa com o jornalista Luiz Carlos Azenha, ele me revelou que, tanto quanto eu, não tem dúvida nenhuma de que essa gente afundaria o país para retomar o Estado, tive que me conformar com essa desgraça.

Vocês conseguem mensurar a quantidade de desgraças que se abateria sobre o país se a crise se tornasse o que o PSDB, o PFL, a família Marinho, a família Frias ou a família Civita, entre outros, querem que se torne por aqui? Quantos dramas? Quanto sofrimento haveria? Para essa gente, quanto mais sofrimento houver melhores serão suas chances de voltar ao poder. Vejam só!

Agora, eu lhes pergunto: para alguém que despreza outro ser humano apenas porque sua pele tem mais pigmentação, dessa pessoa pode-se esperar o que? E não duvidem, meus amigos, de que é o racismo, nu e cru, o que está na essência da mentalidade dessa elite doente, dessas pobres pessoas degeneradas pela mentalidade vigente numa classe social que inclusive integro.

A venda da crise econômica pela mídia é hoje a maior ameaça que o Brasil enfrenta. José Serra, os Marinho, os Frias, os Mesquita, os Civita e tantos outros integrantes desse grupo político que ameaça o país com sabotagem de sua economia, visando dividendos políticos, são hoje os grandes inimigos da nação, aqueles que tentam incessantemente induzir as pessoas a pararem de consumir na esperança de que a indústria e o comércio parem e o desemprego aumente, o que provocaria quebras de empresas e mais demissões.

O que José Serra e seu grupo político-midiático (supra mencionado) estão fazendo tem até nome: crime de lesa-pátria. E o pior é que a única punição que se pode imaginar viável para essa gente é a derrota nas urnas, quando, na verdade, a punição mais justa para crime dessa magnitude seria nada mais, na menos do que esses criminosos passarem uma bela temporada na cadeia.

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