E a mídia faz campanha contra. Reportagem em O Globo, de hoje, comete um grave erro quando publica que fui à festa de aniversário do partido e me chama de "mensaleiro". Diz que o principal assunto da reunião da comemoração petista foi cartão corporativo e conclui que o Presidente Lula não foi para evitar fotos constrangedoras.
O jornal esconde que fui recebido com festa pela militância, participei de tudo e fui convidado para o palco junto com José Genoíno - como ex-presidentes do partido - com toda direção do PT, seus líderes e ministros.
Não noticia que o centro da comemoração foi uma homenagem a Diadema, cidade do ABCD paulista, escolhida como exemplo do modo petista de governar. Diadema foi o primeiro município que o partido governou e governa até hoje (há 26 anos, desde 1982), e correm o mundo as notícias da impressionante redução dos índices de violência na cidade, fruto de um trabalho dos governantes municipais.
A reportagem de O Globo faz manipulações. Não sou mensaleiro, e ao referir-se a mim dessa forma, o jornal comete crime contra minha imagem, já que não fui julgado. A aceitação da denúncia pelo STF, tornou-me réu no processo, mas não significa culpabilidade como o próprio tribunal deixou claro. Enquanto durar a ação, tenho direito a presunção da inocência, a ver obedecidos os devidos procedimentos do processo legal, e o ônus da prova cabe a quem me acusa.
O jornal carioca erra, também, quando interpreta que o Presidente da República não foi para evitar fotos constrangedoras. O Globo finge que esquece o discurso de Lula no último Encontro Nacional do PT, quando afirmou categoricamente aos petistas que todos eram inocentes até prova em contrário e decisão final da Justiça. Por isso os defendia e via a necessidade de defendê-los. Digo finge, porque o jornal publicou e foi um dos mais contundentes críticos daquele pronunciamento do presidente da República.
O que acontece no Brasil, em termos de comportamento da mídia, é gravíssimo e precisa ser levado aos órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão. A imprensa não respeita a Constituição e quer um julgamento político contra mim e contra os outros acusados. Trata-nos, o tempo todo, como condenados e não respeita nosso direito de imagem garantido pela Carta Magna e nem nossos direitos legais e processuais.
Tentarão, mas não vão calar-me. Vou percorrer o país, esclarecer a opinião pública nacional e mundial, aos amigos em todo o mundo, vou apelar às instituições humanitárias internacionais, fazê-las conhecedoras disso. É preciso dar um basta ao linchamento moral a que somos submetidos, antes que seja tarde.
O processo ainda tramita, não sabemos por antecipação o resultado. Temos, no entanto, diariamente, todos os indícios de que a imprensa não aceitará absolvições. Ao contrário, dá ostensivamente sinais de que não aceitará um resultado que não seja a condenação pura e simples.
Grifos meus.
dalva